Vivemos
em uma sociedade em que a conquista da felicidade muitas vezes está associada à
busca pelo dinheiro, beleza e poder. No entanto, estudos científicos
relacionados à neurociência, realizados nos Estados Unidos desde a década de
90, têm apresentado inúmeras descobertas especialmente relacionadas ao cérebro
e às emoções. Dentre estas descobertas, destacam-se os resultados de exames
capazes de mapear no cérebro as emoções, ou seja, a área do prazer ou
sofrimento que uma pessoa sente com qualquer tipo de atividade.
Quando
temos uma experiência que gere prazer, esta nos traz uma satisfação e uma
sensação de plenitude. Esta sensação corresponde à felicidade e tal emoção
aciona partes específicas do cérebro, com isso foi possível constatar algumas
situações que realmente geraram prazer para as pessoas. Surpreendentemente, os
exames demonstraram que pessoas extremamente ricas, belas e poderosas
apresentaram muito mais emoções ligadas à dor e ao sofrimento do que ao prazer
como muitos esperavam. O medo de ser assaltado ou sequestrado, o medo de
engordar, envelhecer ou perder o poder era muito maior que a felicidade que o
dinheiro, a beleza e o poder poderiam proporcionar.
Estranhamente,
constaram também que algumas pessoas sentem prazer ao sentir dor, pois possuem
a crença de que precisam sofrer de alguma forma para se redimir de alguma
culpa. O que segundo a médica e palestrante Anete Guimarães estaria relacionado
ao circuito culpa-recompensa, o qual de alguma forma precisa ser rompido pelo
autoconhecimento, mas este é um assunto que dá muito pano pra manga e pretendo
abordar em outro momento.
O
que me fez trazer esta reflexão foi justamente a constatação de que a atividade
que mais felicita o homem é APRENDER. E neste início de Ano Letivo faço questão
de enfatizar isso. Quando as pessoas estão aprendendo, as áreas do cérebro que
registram as emoções relacionadas ao prazer são as mais ativas. Da mesma forma,
o sentimento de SUPERAÇÃO gera endorfinas, que produzem uma sensação de alegria
e bem estar na pessoa. Assim, é muito importante não apenas começar com todo o
gás, mas mantê-lo no decorrer do ano, procurando superar-se a cada dia.
Reafirma-se
assim um pensamento da sabedoria popular “Poucas coisas são necessárias para
fazer feliz o homem sábio, ao mesmo tempo, nenhuma fortuna satisfaria um
inconformado”. Quanto mais necessidade gerarmos, mais teremos que batalhar para
satisfazê-las e o risco de vivermos infelizes é muito maior. Ao mesmo tempo,
quanto mais agradecidos nos sentirmos com o que já possuímos e voltarmos nossa
mente e nosso coração para o que nos faz feliz verdadeiramente, estaremos dando
um grande passo em nossas vidas.
Estar
com a família, com amigos, ouvir músicas, contemplar a natureza, fazer uma
viagem ou uma leitura agradável, meditar, orar, praticar esportes, trabalhar,
estudar, aprender, superar-se... Enfim, procuremos vivenciar experiências
construtivas, façamos tudo com amor e sentimento de gratidão. Isso irá gerar
emoções que certamente nos farão bem e felizes!!!
Desejo
um ano repleto de novas aprendizagens e felicidade a todos!!!
Texto Publicado no Jornal "Novo Noroeste", em 04.03.2016.